Ações na via e em ruas do entorno serão testadas quando chuva forte vier

Grandes volumes de chuvas podem causar transtornos para quem vive em áreas urbanas ou rurais. Várias cidades brasileiras enfrentam problemas quando há precipitações intensas. Campos dos Goytacazes tem uma lista de dificuldades e vários pontos de alagamentos em dias de chuva forte, em diferentes bairros. Um destes é o Parque Tamandaré e região da Avenida Pelinca, vistos como áreas nobres da cidade. Uma série de obras foi promovida pela Prefeitura com o objetivo de combater e evitar alagamentos. A expectativa dos moradores é se o serviço passará no teste quando a chuva pesada cair.
Galerias pluviais danificadas ou ultrapassadas, “piscinões” para escoamentos insuficientes, canais obstruídos e lixo espalhado são possibilidades que podem piorar a situação dos alagamentos na cidade. Só em 2023, o problema surgiu incontáveis vezes. No início do ano, dia 24 de janeiro, o J3News reportou que, em menos de uma hora de chuva intensa, vários alagamentos ocorreram em Guarus e na área central. Um destes acometeu a região da Pelinca.
Nos últimos quatro meses, algumas obras para resolver o problema de inundação no Tamandaré, Dom Bosco e na Pelinca foram promovidas pela Prefeitura Municipal. Em setembro, o secretário de Obras e Infraestrutura, Fábio Ribeiro, declarou no site oficial do governo que os trabalhos implicavam complexidade de engenharia hidráulica. “Realizamos dragagem do Canal do Queimado. Em seguida, serviços de desobstrução, limpeza e reparos no sistema de drenagem, com substituição de manilhas obstruídas, limpeza e reparos com obras de alvenaria nas caixas de coleta das águas, reposição das grelhas dos ralos e até identificamos ligação irregular de galeria de esgoto sanitário em pontos das galerias de águas pluviais. Equipes utilizaram talhas (guinchos, marteletes) e ferramentas manuais para retirada das grelhas e fazer desobstruções, limpeza de lixo, detritos e até mesmo entulhos encontrados nas caixas dos ralos que recebem as águas que correm nas sarjetas”, explicou na ocasião.
A Secretaria de Obras foi procurada pela reportagem para que detalhasse o fim da execução das atividades. O secretário Fábio Ribeiro e a Secretaria de Comunicação também foram questionados sobre custo das obras, e se as ações serão suficientes para combater transtornos de inundação. Até esta publicação, não houve respostas.
Moradores e comerciantes falam
As obras para melhorias dos sistemas de drenagem e escoamento de água de chuva na Pelinca e em vias próximas foram complementadas por substituição de asfalto. Isto fez com que o trânsito, já caótico, piorasse. No entanto, a expectativa de quem mora ou trabalha na região, é saber se as ações do governo municipal farão com que os alagamentos sejam minimizados quando a chuvarada vier, sobretudo em dias quentes de verão.
Funcionários de um posto de combustíveis no cruzamento da Avenida Pelinca com a Rua Mariano de Brito contaram que, há dois meses, ocorreu a substituição de tubulações e manilhas por parte da Prefeitura. Eles não quiseram se identificar, mas afirmaram que outras ruas passaram pelo mesmo procedimento.
“Estamos aguardando o teste com a chuva pesada que ainda não ocorreu nas últimas semanas. A partir de dezembro, veremos como vai ser. O transtorno sempre houve com alagamentos. Alguns comerciantes fecham as portas. Há riscos para os moradores. Para mim, o pior trecho de alagamento é entre o supermercado até a Rua Mariano de Brito, apesar de vários pontos enfrentarem retenção e dificuldade de escoamento das águas pluviais”, disse o gerente do posto.
A auxiliar de serviços gerais Gilmara Porto trabalha há 15 anos na região da Pelinca. Perdeu as contas de quantos alagamentos enfrentou. “Já houve ocasião de ter água até o joelho. Esperamos melhorias. Veremos se essa obra vai ajudar”, disse.
A comerciante Patricia Bruno mora na Rua Mariano de Brito há 28 anos, onde mantém um brechó de roupas e sapatos. “São muitos anos de sofrimento. Sempre alaga. Antes da obra, enchia demais. Agora estamos esperançosos para que esse problema seja resolvido. Os bueiros não suportavam tanta água. Trocaram tubulação e puseram asfalto novo. Espero que resolva. Com os alagamentos, não cheguei a perder mercadorias, mas o transtorno sempre foi grande. A gente fica preocupado”, comentou.
Faz três anos que a nutricionista Jéssica Paes vive na região da Avenida Pelinca. Ela diz não estar muito otimista quanto às intervenções da Prefeitura. “A impressão que me passou é que não houve drenagem. Fizeram um recapeamento asfáltico, e isso não me parece suficiente para minimizar os problemas de alagamentos. No entanto, a gente espera o melhor para a região. Vamos ver o que acontece”, conclui.