Governo Federal enviou ao Congresso projeto com mudanças e retorno de carga horária completa

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4 de março de 2024 – 11h50

Foto: Divulgação

Na última semana, a notícia que alunos do 3º ano do Ensino Médio da rede estadual deixaram de ter as disciplinas de Física, Química, Biologia, História, Geografia e Filosofia causou espanto e reclamação de diversos representantes da comunidade escolar.

A Secretaria de Estado de Educação emitiu uma nota informando que nenhuma disciplina foi excluída da grade curricular e que as matérias foram redistribuídas com maior carga na 1ª e 2ª séries. No entanto, um levantamento do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe-RJ) aponta que disciplinas obrigatórias tiveram uma redução na carga horária de 400 horas por ano após as mudanças decorrentes da implementação do Novo Ensino Médio.

Imagem: Sepe-RJ

A denúncia feita pelo Sindicato dos Profissionais da Educação (SEPE-RJ) é de que a retirada das disciplinas no 3º ano é muito grave, pois é nele que muitos tentam o vestibular e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), com provas onde tais disciplinas serão cobradas. Além disso, eles denunciam que os tempos de Matemática e Português foram reduzidos em todo o segmento.

Nota da Secretaria da Educação

A Secretaria de Estado de Educação informou que nenhuma disciplina foi excluída da grade curricular e que as matérias foram redistribuídas com maior carga na 1ª e 2ª séries do Ensino Médio e menor carga horária na 3ª, onde os alunos irão se aprofundar nas disciplinas voltadas para as carreiras escolhidas por eles.

“A mudança obrigatória segue as a Lei Federal nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017, que definiu um total de 3 mil horas de estudos, sendo 1.800 somente para as disciplinas regulares da Base Nacional Comum Curricular – BNCC, dentre elas Física, Química, Biologia, História, Geografia e Filosofia, além de 1.200 horas, para os Itinerários Formativos com os componentes específicos.

Em relação ao Enem, todos os esforços estão sendo feitos para ofertar uma educação de qualidade com materiais e alternativas pedagógicas que visem subsidiar os estudantes no vestibular. A Secretaria de Educação ressalta que é favorável à reforma do Ensino Médio que garanta uma carga maior para as disciplinas obrigatórias e aguarda a votação da lei pelo Congresso Nacional”, completou.

O J3News entrou em contato com a Secretaria sobre o levantamento feito pelo Sepe-RJ, mas não houve retorno.

Leia também: Estado do Rio retira aulas de Física, Química, Biologia, História, Geografia e Filosofia do 3° ano do Ensino Médio

Governo Federal enviou ao Congresso projeto com mudanças

O governo federal enviou, em outubro de 2023, ao Congresso Nacional projeto de lei com diretrizes para a Política Nacional de Ensino Médio, que propõe alterações no novo ensino médio, aprovado em 2017.

O projeto de lei ocorre após as mudanças no currículo dessa etapa de ensino terem sido criticadas por entidades, estudantes, professores e especialistas.

A proposta foi apresentada pelo ministro da Educação, Camilo Santana, e representantes de conselhos e entidades educacionais ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em reunião na tarde desta terça-feira (24), no Palácio do Planalto.

“A proposta é fruto de ampla consulta e debate público, como devem ser os processos democráticos. Na busca pelo consenso, o que nos une é a certeza de que nossa juventude merece mais oportunidades, com ensino médio atrativo e de qualidade”, disse Camilo Santana, nas redes sociais, após apresentar o projeto ao presidente da República.

Veja abaixo o que prevê o projeto de lei

Retomada de 2,4 mil horas de Formação Básica para estudantes do ensino médio sem integração com curso técnico. Atualmente, são 1,8 mil horas de formação.

Volta de todas as disciplinas obrigatórias do ensino médio – como sociologia, filosofia e artes – incluindo língua espanhola em toda a rede no prazo de três anos.

Redes de ensino poderão oferecer de forma excepcional a Formação Básica de 2,1 mil horas desde que articulada com um curso técnico de, no mínimo, 800 horas.

Definição de quatro Percursos de Aprofundamento e Integração de Estudos Propedêuticos (itinerários). Cada percurso deverá contemplar pelo menos três áreas de conhecimento

Cada escola terá de oferecer dois dos quatro percursos.

Construção de parâmetros nacionais para a organização dos percursos e integração de estudos definindo quais componentes curriculares deverão ser priorizados em cada um deles.

Vedação da oferta dos componentes curriculares da formação geral básica na modalidade de educação à distância. A proposta é regulamentar a oferta dessa modalidade em contextos específicos para os percursos.

Revogação da inclusão de profissionais não licenciados, com reconhecimento notório saber, na categoria de magistério. Serão definidas as situações nas quais esses profissionais poderão atuar, excepcionalmente, na docência do ensino médio.

Entenda o novo ensino médio

Em 2017, foi aprovado o novo ensino médio, com objetivo de tornar a etapa mais atrativa e evitar a evasão escolar. Pelo modelo, parte das aulas é comum a todos os estudantes do país, a partir da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Na outra parte da formação, os próprios estudantes podem escolher um itinerário para aprofundar o aprendizado. As opções permitem ênfase nas áreas de linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e ensino técnico. A oferta de itinerários depende da capacidade das redes de ensino e das escolas brasileiras.

A implementação deverá ser feita de forma escalonada até 2024. Em 2022, teve início a ampliação da carga horária (para cinco horas diárias) para os alunos do 1º ano do ensino médio. Pela lei atual, as escolas devem ampliar a carga horária para 1,4 mil horas anuais, o equivalente a sete horas diárias. Isso deve ocorrer aos poucos.

No entanto, as mudanças foram alvo de diversas críticas, especialmente das entidades estudantis e de professores. O governo federal abriu, este ano, uma consulta em que foram ouvidos mais de 130 mil alunos, além de entidades de classe e governos estaduais, para reformular a política.

* com informações da Agência Brasil

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