Prisões dos políticos Domingos Brazão Chiquinho Brazão, e do delegado Rivaldo Barbosa, acontecem seis anos após o crime

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24 de março de 2024 – 12h43

Imagens: Reprodução

Foram presos pela Polícia Federal (PF), na manhã deste domingo (24), três suspeitos pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL). São eles dois políticos, os irmãos Domingos Brazão e Chiquinho Brazão, e o delegado Rivaldo Barbosa. O J3News aborda, nesta matéria, quem são eles.

Domingos Brazão – é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ). Iniciou a carreira política em 1996, quando foi eleito vereador na Câmara Municipal do Rio. Em 98, se elegeu deputado estadual. Ocupou uma cadeira na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) por cinco mandatos.

Até que, em 2015, foi indicado e eleito para uma vaga no conselho do TCE-RJ. À época, era réu de um processo de abuso de poder econômico e compra de votos. Chegou, inclusive a ser afastado do seu mandato por denúncias de compra de votos. Mas, acabou retornando à Alerj.

Tem entre os seus principais redutos eleitorais Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio. O município é visto como berço da milícia carioca. Por sua influência na região, Brazão foi citado na CPI das Milícias, em 2008. A CPI era comandada pelo então deputado estadual Marcelo Freixo – hoje presidente da Embratur. Marielle trabalhou no gabinete de Freixo por dez anos e teve um trabalho ativo na comissão.

Domingos Brazão chegou a ser preso temporariamente em 2017, junto a mais quatro conselheiros do TCE, suspeitos de integrar um suposto esquema criminoso para receber propina em cima de contratos do Estado.

Seu nome foi citado no caso Marielle desde o início das investigações, em 2018, e foi suspeito de tentar atrapalhar o inquérito. Um ano depois, foi denunciado pela Procuradoria Geral da República, por obstrução de Justiça. No mesmo relatório, acabou apontado como mentor intelectual do crime. Cogita-se no STF a possibilidade dele ter agido por vingança a Marcelo Freixo, por conta as ações movidas pelo Ministério Público Federal, que culminaram com seu afastamento do cargo de conselheiro do TCE.

Por ser conselheiro do TCE-RJ, tinha foro privilegiado e teve sua prisão preventiva expedida pelo Superior Tribunal de Justiça.

Chiquinho Brazão – Empresário, teve carreira longa na Cãmara Municipal do RJ. Foram 12 anos na Casa de Leis da capital, sendo colega de Marielle Franco durante os dois primeiros anos de mandatos dela, entre 2016 e 2018, quando foi assassinada. No mesmo ano da morte da vereadora, Chiquinho foi eleito deputado federal. Foi reeleito em 2022. Apesar de ter maior proximidade com Marielle, ele nunca havia sido citado no caso.

Rivaldo Barbosa – Graduado em direito, o delegado era coordenador da Divisão de Homicídios e foi convidado para ser Chefe da Polícia Civil pelo então interventor federal, general Walter Braga Netto. Rivaldo foi empossado ao cargo em 13 de março de 2018, um dia antes de Marielle ser assassinada.

Ele é investigado no caso Marielle por obstruir a investigação. De acordo com o portal G1, ele teria alinhado com Domingos Brazão – antes do crime ser cometido -, que não andaria com as investigações e garantiria a impunidade dos envolvidos.

A prisão do delegado surpreendeu a família de Marielle Franco, que mantinha, até então, a confiança nele.

Família Brazão = A Zona Oeste do Rio – é reduto político da família Brazão, composta ainda por Pedro Brazão, deputado estadual entre 2018 e 2022. A família tem grande influência no bairro de Jacarepaguá, região historicamente dominada pela milícia,

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