Em novembro, a Prefeitura injetou R$ 125 milhões na economia local e regional, através do pagamento do funcionalismo público e prestadores de serviços
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Um dos setores ameaçados pela não votação da Lei Orçamentária Anual (LOA) para exercício 2024, na Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, o comércio, pode enfrentar um período difícil, com impactos negativos, desde desempregos em massa ao fechamento de empresas, que dependem da economia aquecida para continuarem ativas.
Apenas no mês de novembro, foram injetados R$ 125 milhões na economia local e regional com o pagamento dos servidores municipais, fomentando setores como o comércio, ajudando a manter e gerar postos de trabalho.
A previsão negativa para o comércio local é do presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Edvar Chagas Júnior, que avalia de forma pessimista o quadro pelo qual diversos setores podem atravessar, caso os vereadores continuem “travando” a votação da peça orçamentária.
“É um retrocesso enorme os vereadores segurarem a votação do orçamento para o próximo ano. Se for para debater, vamos debater, mas o que está em questão é o desenvolvimento da nossa cidade e tudo num ano pré-eleitoral, por uma política que não soma ao crescimento do município. Quando podemos ter investimentos expressivos em diversas áreas como saúde e no transporte, que vai melhorar e beneficiar a todos, uma minoria segura tudo por um ano eleitoral. A não votação vai impactar o comércio não só economicamente, como também frustrar a execução de um projeto tão sonhado, tão esperado, que é a revitalização do Centro. É um projeto a longo prazo, mas precisamos dar os primeiros passos e, se isso não acontecer, será novamente adiado e as perspectivas serão drásticas”, analisa Edvar.
Para o presidente da CDL, a não votação pelos nove vereadores de oposição ao governo do prefeito Wladimir Garotinho, que são Marquinho Bacellar, Igor Pereira, Maicon Cruz, Dandinho de Rio Preto, Bruno Vianna, Fred Machado, Helinho Nahim, Raphael Thuin e Rogério Matoso, pode ser visto como pior que o período de pandemia vivido pelo comércio.
“Na pandemia, não foi possível abrir as portas devido a doença e isso afetou o cenário mundial. No entanto, se não for votada a previsão de recursos do município e o dinheiro não circular, como ocorre pontualmente todos os meses nos últimos anos, será o caos, porque, podendo funcionar, o comércio não vai ter para quem vender. Hoje vivemos uma realidade bem diferente, com a volta expressiva do número de empregos, mais oportunidades de trabalho, treinamentos, cursos e estreitando entendimentos com municípios vizinhos, uma boa relação com o Porto do Açu, enfim, tudo andando bem. Não tem como aceitar um revés de tal magnitude”, conclui o presidente da CDL.
A revitalização da área central de Campos está detalhada na LOA e com previsão de início já no ano de 2024, uma demanda antiga de lojistas e comerciantes. Série de medidas fazem parte do Retrofit 4.0, já apresentado à Câmara Municipal e que tem como objetivo estimular o repovoamento do local. Estão previstas alterações nas leis de uso e ocupação do solo, para possibilitar a conversão de edifícios comerciais em residenciais ou mistos, bem como incentivar a construção de novos prédios e a requalificação de imóveis antigos para ampliar a oferta de moradia. Soma-se a isso, uma série de outras ações nas áreas de mobilidade, infraestrutura, segurança e urbanismo, incentivos fiscais e políticas públicas para estimular comércio, turismo, cultura e esporte na região central.
Dividido em quatro etapas, o projeto seguirá de acordo com prazo de implementação: imediatas (até dois anos); de médio prazo (entre dois e quatro anos) e de longo prazo (cinco anos ou mais). A área beneficiada, de acordo com o projeto, se estende da Avenida XV de Novembro, ao norte, à Rua Siqueira Campos, ao sul, e da Avenida José Alves de Azevedo, a oeste, à Rua Marechal Floriano, a leste.