quarta-feira, outubro 22

Audiência pública na Alerj debateu alternativas para conclusão da usina nuclear em Angra dos Reis

Reprodução TV Brasil

A Usina Nuclear Angra 3, em Angra dos Reis, voltou ao centro do debate público. Com as obras paradas há uma década e cerca de 60% de sua estrutura concluída, o empreendimento gera um custo estimado de R$ 1 bilhão por ano apenas para sua manutenção. O tema foi discutido em audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), na terça-feira (21).

Iniciada na década de 1980, a construção de Angra 3 foi interrompida em 2015 e ainda não há previsão para sua retomada. Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), se não houver um encaminhamento definitivo, o custo total da usina poderá superar R$ 43 bilhões — quase o dobro do valor inicialmente previsto de R$ 23 bilhões.

O presidente da Comissão de Meio Ambiente da Alerj, deputado Jorge Felippe Neto (Avante), destacou o impacto da paralisação no setor energético e na economia fluminense.
“Angra 3 é essencial para o nosso sonho de autonomia energética. A usina tem capacidade de gerar 1.405 megawatts, energia suficiente para abastecer mais de 4,5 milhões de residências. O projeto já consumiu R$ 21 bilhões, mas o governo federal segue adiando sua conclusão”, afirmou.

Para o deputado Marcelo Dino (União), a retomada das obras também representaria uma importante fonte de emprego e renda.
“Hoje, Angra 3 emprega cerca de 400 pessoas. Com a retomada, esse número pode chegar a 3.500. Concluir essa usina é um passo fundamental para o desenvolvimento econômico de Angra dos Reis, do Rio de Janeiro e do país”, ressaltou.

A representante da Associação de Trabalhadores da Nuclebrás Equipamentos Pesados, Flávia Azevedo, criticou o desperdício de recursos públicos com o projeto parado.
“O país gasta R$ 1 bilhão por ano apenas para manter o canteiro de obras, enquanto a usina já está com 60% das obras civis prontas e equipamentos comprados. Esse dinheiro poderia estar gerando empregos e impulsionando o desenvolvimento da Costa Verde”, afirmou.

Gabriela Borsato, diretora da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), reforçou a importância estratégica da energia nuclear na matriz energética brasileira.
“A energia nuclear é uma fonte firme, disponível 24 horas. Uma vez concluída, Angra 3 terá o investimento amortizado em cerca de 20 anos, com redução de até 75% no custo da tarifa. O fator de capacidade das usinas nucleares chega a 90%, contra cerca de 40% das fontes renováveis”, explicou.

A Eletronuclear ainda não definiu uma data para a retomada das obras, mas o governo federal estuda novas alternativas de financiamento para viabilizar a conclusão da usina.

Fonte: Agência Brasil

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