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Nos primeiros meses de 2023, o governo do presidente Lula da Silva ora mostrava inclinação para repetir 2003, quando chegou ao Planalto pela primeira vez, ora parecia um remake da administração Dilma Rousseff.
Ambos não serviriam – é evidente. Na hipótese 1, seria enquadrar o Brasil no passado, como se 20 anos não tivesse decorrido. Isso, além de negar os versos de Lulu Santos: “Nada do que foi será, de novo do jeito que já foi um dia..”
Na segunda hipótese, certamente pior, algo semelhante ao governo Dilma Rousseff, marcado – nas palavras do ex-ministro da Economia, Henrique Meirelles – “pela perda de credibilidade das contas públicas e descontrole fiscal”.
Mas a administração Lula-3 “inovou” e está completando o 15º mês basicamente sem fazer nada de diferente do que foi feito – ou não foi feito – no 1º, 2º ou 3º mês de governo. Na esteira do otimismo, poder-se-ia dizer que o governo estava se organizando, etc. e tal. Mas esse tempo já passou e não foi o que aconteceu.
De concreto, o que se vê é que a economia não reage e quando dá 2 passos para frente, logo adiante dá 2 para trás e volta à estaca zero. Os prometidos avanços sociais continuam na fase de planejamento. A impressão é que ao abrir uma porta, outra se fecha.
Resumidamente, essa tem sido a tônica do governo: um mês repete o anterior, e outro, e mais outro, e não sai do lugar. E assim já se foram 450 dias.
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Não é atribuição do governo investigar Bolsonaro e definir por uma ação acusatória ou exculpatória. Isso cabe à Polícia Federal e ao MPF
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“Covardão” – Como não poderia ser de outra forma, em recente reunião ministerial, Lula reconheceu que o governo está aquém do prometido. Mas não lembrou que ele próprio não cumpre a promessa de fazer um governo de união, como se comprometeu na campanha.
E chegamos ao que mais importa e incomoda o governo: Bolsonaro. De novo mirando o retrovisor, o presidente da República lançou ataques a seu antecessor, a quem classificou, de forma chula, de “covardão”. Um horror! Uma atitude desconectada dos interesses da população brasileira.
Cenário internacional – O que não muda é a política externa beligerante, em que uma fala desastrosa não se faz acompanhar de movimento atenuante. Ao contrário, o governo mata no peito o desgaste, confirma que é ‘assim mesmo’, e sai em busca de outra tribuna para uma nova rodada de ataques que vão isolando o país no tablado internacional.