terça-feira, outubro 21

Opositora venezuelana é reconhecida por sua luta pacífica pela democracia e pelos direitos humanos em meio à repressão do regime de Nicolás Maduro

Maria Corina Machado é opositora ao regime de Nicolás Maduro (Instagram)

A líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, foi anunciada nesta sexta-feira (10) como vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2025, concedido pelo Comitê Norueguês do Nobel, em Oslo. O reconhecimento se deve aos “esforços persistentes em favor da restauração pacífica da democracia e dos direitos humanos” em seu país. O prêmio inclui 11 milhões de coroas suecas, cerca de R$ 6,2 milhões.

O comitê descreveu Machado como “uma das vozes mais corajosas da América Latina”, destacando sua capacidade de unir grupos rivais em defesa de eleições livres e do Estado de Direito. “A democracia é condição prévia para a paz duradoura. Quando líderes autoritários tomam o poder, é essencial reconhecer os defensores da liberdade que resistem”, diz o comunicado oficial.

Engenheira e ativista, María Corina Machado fundou, há mais de 20 anos, o movimento Súmate, dedicado à fiscalização de eleições e promoção do voto livre na Venezuela. Símbolo de resistência ao regime chavista, ela foi perseguida, teve sua candidatura à presidência bloqueada e sofreu ameaças, mas optou por permanecer no país.

O comitê ressaltou que a Venezuela vive uma grave crise humanitária e econômica sob um governo “brutal e autoritário”, com repressão à oposição e censura à imprensa. Mesmo impedida de disputar as eleições de 2024, Machado apoiou Edmundo González Urrutia, candidato da oposição unificada, e inspirou milhares de voluntários a atuar como observadores eleitorais.

“Ela demonstrou que as ferramentas da democracia também são as da paz”, afirmou o texto da premiação. “María Corina Machado mantém acesa a chama da liberdade em meio à escuridão crescente.”

Nascida em 1967, em Caracas, Machado iniciou sua trajetória política após atuar no setor privado. Criou a Fundação Atenea, voltada à educação de crianças em situação de rua, e, em 2002, ajudou a fundar a Súmate. Eleita deputada em 2010 com recorde de votos, foi expulsa da Assembleia Nacional em 2014 pelo governo de Nicolás Maduro.

Atualmente, ela lidera o partido Vente Venezuela e integra a aliança Soy Venezuela, que reúne forças pró-democracia. Segundo o Comitê Norueguês, sua atuação “cumpre os três princípios de Alfred Nobel: promover fraternidade entre nações, reduzir a militarização e trabalhar pela paz”.

Com informações do G1

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