domingo, setembro 14

Um dos envolvidos no assalto que deixou o jovem paraplégico foi preso em Copacabana

Campos

14 de setembro de 2025 – 0h04

Manifestação|Rafael, familiares e amigos se reuníram em frente à DP do Centro em pedido de justiça (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Passado um ano da tentativa de latrocínio que deixou Rafael Vasconcelos, de 19 anos, paraplégico, o jovem teve finalmente uma notícia para comemorar. Leonardo de Souza Júnior, de 28 anos, apontado como o homem que atirou contra ele quando voltava de bicicleta da academia, no Parque Santo Amaro, em setembro de 2024, em Campos, foi preso na tarde de quinta-feira (11), no Rio de Janeiro. Contra o suspeito havia dois mandados de prisão — um pela tentativa de latrocínio e outro por homicídio.

Em entrevista exclusiva ao J3news, Rafael comemorou a prisão. “Depois de um ano de dor, luta e superação, finalmente posso dizer que a justiça está sendo feita. Nada apaga o que vivi, mas ver a lei sendo cumprida renova minha fé de que o mal nunca vence o bem. Hoje sigo ainda mais forte, acreditando que a justiça de Deus e dos homens sempre chega. Ainda falta um, mas tenho fé que o dia dele também irá chegar”.

A prisão foi resultado de uma ação do 19º Batalhão de Polícia Militar (Copacabana), após levantamentos do Núcleo de Inteligência da PM. Leonardo estava em um carro de aplicativo, junto de outro homem, quando foi abordado em Copacabana. No veículo, os policiais encontraram um revólver calibre 22, municiado com sete cartuchos, além de um celular.

O outro envolvido no crime de 2024, responsável por pilotar a motocicleta durante a tentativa de latrocínio, ainda não foi identificado. O advogado e primo da vítima, Victor Vasconcelos, comentou o caso. “Creio que somente o Leonardo, que até o momento é o único identificado, é quem possa realmente trazer à tona quem seria o segundo envolvido”.

No último dia 6, amigos e familiares de Rafael chegaram a fazer uma manifestação em frente à 134ª DP (Centro – Campos), onde o caso é investigado, pedindo justiça.

Socorrido em estado grave
O jovem acabou sendo atingido no peito e na coluna e foi levado ao Hospital Ferreira Machado em estado grave e, depois de exames, os médicos confirmaram a paraplegia.

Após a lesão, Rafael foca nos tratamentos para manter a força física e buscar mais independência. “Eu faço exercícios em casa e também faço fisioterapia duas vezes na semana, e isso me ajuda a ter mais força nos braços, ter mais controle de tronco e a ficar mais independente”, relata Rafael.

Rafael Vasconcelos (Foto: Josh)

Desafios na acessibilidade
A rotina de Rafael mudou completamente. Desde então, o estudante tem concentrado esforços na adaptação à nova realidade, tanto dentro quanto fora de casa. “Antes eu não morava nessa casa, mas quando eu estava no hospital minha família fez uma vaquinha. Aí, com isso, eu vim para a casa da minha tia e, na parte de baixo, na garagem, fizemos aqui uma quitinetezinha já adaptada, já com o espaço da cadeira, tudo medido certinho, a parte do banheiro também. E isso tem me ajudado bastante”, conta Rafael.

Mas os maiores desafios de Rafael estão do lado de fora: ruas mal conservadas, falta de acessibilidade em espaços públicos e a dependência de terceiros para tarefas cotidianas ainda limitam sua autonomia.

“As ruas não estão totalmente boas para andar de cadeira. Eu ainda não consigo tocar minha cadeira sozinho nas ruas. Alguns lugares também não têm banheiro acessível e às vezes as mesas e cadeiras infelizmente não são acessíveis ainda”, conta o rapaz.

Apesar das dificuldades, Rafael se apoia na força da família e na rede de apoio que formou nas redes sociais.

“Eu acho que o que me deu força, principalmente desde o hospital, foi a minha família e também o apoio do pessoal que manda mensagem na internet. Eu gravo meus vídeos e posto, o pessoal comenta, incentiva e isso me motiva bastante. E também acompanho alguns cadeirantes pelas redes sociais e isso me dá mais força também”, afirma.

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