Rua Carlos Lacerda segue com trânsito interditado; Museu Histórico busca preservar partes do hotel

Fotos: Silvana Rust

O trabalho de demolição do Hotel Flávio foi retomado pela Prefeitura de Campos na manhã desta quinta-feira (15), com o objetivo de fazer a limpeza do terreno de forma manual e com o auxílio de máquinas, e avaliar o risco de queda de paredes nos fundos do prédio. A demolição teve início na segunda-feira (12) e tem previsão de término do trabalho e liberação da pista em 10 dias úteis.

O subsecretário de Obras e Infraestrutura, José Fernando Moço, informa sobre o trabalho de demolição que interdita o trânsito da Rua Carlos Lacerda. “Feito o serviço de demolição, que foi a parte emergencial, agora a prefeitura vai limpar o terreno com máquinas e também com parte manual. No momento têm técnicos lá em cima fazendo a avaliação do serviço para ver se as paredes vão ser demolidas manualmente ou mecanicamente, a gente vai limpar todo o terreno e depois disso a gente vai liberar a rua. O serviço total deve levar 10 dias trabalhados ou 15 dias corridos, e com isso estaremos liberando a pista”, explicou.

Apesar da interdição, a via estava aberta para a passagem do trânsito até a chegada dos técnicos com o subsecretário de Obras e Infraestrutura. O comércio local estava funcionando normalmente, praticamente sem nenhuma interrupção de serviços.

Christiane Gomes, funcionária do Café com Prosa, que é ao lado da obra de demolição, comenta que apenas o serviço de internet não estava funcional.  “A gente chegou aqui às 7h e tem energia funcionando normalmente, só a internet que não está pegando”, diz.

Graziela Escocard, historiadora e coordenadora do Museu Histórico de Campos dos Goytacazes, comenta sobre a demolição do prédio histórico durante o feriado de carnaval. A escolha da data para essa demolição no carnaval pegou todos de surpresa, né. Agora, realmente o Copam, pelo que eu entendi, não aprovou essa ação. Até onde eu entendi o Copam tinha recomendado dar uso pra esse espaço, que fosse restaurado pela proprietária, mas eu acho que infelizmente a proprietária conseguiu o que ela queria, né? O prédio foi ao chão”, afirma.

“Infelizmente agora há uma contradição, porque há uma cobrança dos comerciantes em ter esse Centro Histórico revitalizado e a gente encontra o Centro cada vez mais sucateado. Enquanto historiadora, eu considero isso uma lástima, uma perda enorme pra nossa história”, completa.

Com a demolição em andamento, Graziela busca preservar o que restou da história do Hotel Flávio.

“O intuito é continuar contando a história desse hotel, que tem importância pra cidade. A gente quer continuar falando desse prédio no Museu e mostrar um exemplo de patrimônio histórico que não foi valorizado até chegar ao ponto de ir ao chão. No museu a gente tem o intuito de preservar o que restou, como as grades, a porta, então eu já conversei desde de o dia que eu soube da demolição com o Copam, que ficou um responsável de enviar esse material para o museu. Hoje eu consegui conversar com o subsecretário de Obras, também para reafirmar isso, se hoje tiver mais demolição, se ele pode fazer a retirada desse material e enviar pro Museu, apesar de que muita coisa, pelo que eu ouvi falar de quem estava aqui, já foi saqueado, mas se alguma coisa restar pra gente conscientizar a população pra essa história não se repetir vai ser válido.”

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