Infectologista explica que é importante estar atento aos sintomas

Geral

25 de março de 2024 – 7h38

Visando a avaliação e o enfrentamento do possível desastre causado pelas fortes chuvas que atingiram o município, a Prefeitura de Campos instituiu o Gabinete Municipal de Gerenciamento de Crise (GMGC) para a adoção de medidas que estejam integradas às necessidades das localidades que sofrem com os impactos causados pelos desastres naturais. O decreto entrou em vigor na noite deste sábado (23), com a publicação na edição suplementar do Diário Oficial.

O decreto entra em vigor juntamente com o Plano de Contingência Municipal para Desastre (Plancom chuvas intensas 2023/2024), elaborado pela Secretaria Municipal de Defesa Civil. O GMGC fica com a responsabilidade de fazer a Gestão Administrativa e Operacional do Desastre, até o final da situação de anormalidade.

A base do GMGC funcionará na sede da Secretaria de Defesa Civil, e os relatórios elaborados pelos órgãos elencados deverão ser entregues à Defesa Civil até às 10h da próxima terça-feira (26). Para que sejam estabelecidas as ações, o relatório final contendo o compilado dos documentos enviados pelos órgãos municipais será enviado ao prefeito até quarta-feira (27), contendo sugestões e propostas da coordenação do GMGC. A partir disso, será decidido o parecer sobre a necessidade ou não da decretação de Situação de Emergência ou Estado de Calamidade Pública.

Mais de 90% das casas foram atingidas no distrito de Santo Eduardo. O prefeito Wladimir Garotinho divulgou um vídeo em suas redes sociais na noite deste sábado (23) pedindo doações de colchonetes para acolhimento das vítimas nos pontos de apoio. As doações devem ser feitas na sede da Prefeitira de Campos, situada na rua Coronel Pomciano de Azevedo Furtado, 47, Parque Santo Amaro.

Para a composição do GMGC participarão os seguintes órgãos públicos municipais: Gabinete do Prefeito; Gabinete do Vice-Prefeito; Secretaria Municipal de Defesa Civil; Procuradoria Geral do Município; Secretaria Municipal de Agricultura, Pecuária e Pesca; Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social; Secretaria Municipal de Planejamento Urbano, Mobilidade e Meio Ambiente; Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia; Secretaria Municipal de Saúde; Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo; Secretaria Municipal de Serviços Públicos; Secretaria Municipal de Ordem Pública; Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT); Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura; Secretaria Municipal de Comunicação Social; Secretaria Municipal de Governo; Secretaria Municipal de Administração e Recurso Humanos; Secretaria Municipal de Transparência e Controle; Secretaria Municipal de Fazenda; e Guarda Civil Municipal (GCM).

Doenças transmitidas pelas águas de chuva
Nas enchentes, a água contaminada contribui significativamente para o surgimento de várias doenças. As principais doenças transmitidas após contato com água não tratada, principalmente de enchentes e águas de chuva, são leptospirose, hepatite A, gastroenterite e infecções cutâneas, inclusive micoses.

A água parada favorece a proliferação de vetores, como o caso do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Além disso, água de chuva carrega lama, lixo e esgoto, podendo levar a infecções (em razão da ingestão ou pelo contato direto), como leptospirose (transmitida pela urina de ratos), hepatite A, além de diarreias e algumas doenças cutâneas.

De acordo com o diretor de Vigilância em Saúde, o infectologista Rodrigo Carneiro, é importante ficar atento aos riscos de contaminação e se prevenir.

“A população deve evitar ao máximo possível o contato com água de enchentes ou de alagamentos. Porém, caso o contato seja inevitável, o correto é proteger a superfície da pele e imediatamente após esse contato fazer a antissepsia com água e sabão e se possível também aplicar álcool 70% na superfície da pele. Além disso, logo após o contato, as pessoas devem ficar atentas para o aparecimento principalmente de mal estar e febre, caso esses sintomas apareçam devem procurar assistência médica o mais rápido possível e evitar o automedicamento”, disse o infectologista.

DOENÇAS CAUSADAS POR ENCHENTES

LEPTOSPIROSE – A leptospirose é uma doença febril de início agudo com dores pelo corpo, dor de cabeça, além disso, podendo haver sangramentos, principalmente quando acomete os rins, diminuindo a função renal e podendo causar lesão hepática, sendo essa a principal causa de óbito por leptospirose.

HEPATITE A – A hepatite A é uma doença de início insidioso, o paciente fica com mal estar, além da possibilidade de febre, dor abdominal, náuseas e vômitos.

GASTROENTERITE – As gastroenterites têm início também abrupto, com dor abdominal, diarreia líquida, náuseas e vômitos. Normalmente ela é autolimitada, dura poucos dias e se resolve espontaneamente.

INFECÇÕES CUTÂNEAS – As infecções cutâneas vão se caracterizar pelo local da pele que entrou em contato com água contaminada. Depois de alguns dias, o paciente pode ter uma vermelhidão no local, coceiras e isso pode se espalhar para o resto do corpo.

Rodrigo Carneiro alertou a população, ainda, para os cuidados com o mosquito Aedes aegypti, após o período de chuvas prolongadas. “Essa chuva certamente vai deixar uma considerável quantidade de água estagnada em locais próximos às residências ou terrenos, ou dentro da própria residência. E, assim que possível, a população deve vasculhar esses locais para evitar que essa água permaneça parada. Uma outra lembrança importante para quem teve a casa alagada, depois que a água sair, deve ser feita a limpeza da casa. Após a limpeza com água e sabão, deve também ser aplicado algum produto antisséptico, principalmente água sanitária, para fazer a inativação de possíveis agentes de doenças infecciosas”.

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