terça-feira, outubro 21

Estatal prevê início imediato da pesquisa exploratória em águas profundas da costa amazônica

Operário em plataforma de petróleo da Petrobras (Ilustração)

A Petrobras obteve licença do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para iniciar a perfuração de um poço na Margem Equatorial, região ao norte do país considerada uma das novas fronteiras energéticas do Brasil. A estatal informou que os trabalhos exploratórios devem começar “imediatamente”.

A sonda está posicionada no bloco FZA-M-059, em águas profundas do Amapá, a cerca de 175 quilômetros da costa e 500 quilômetros da foz do Rio Amazonas. A fase inicial de perfuração deve durar cerca de cinco meses, período em que a Petrobras vai coletar dados geológicos para avaliar o potencial econômico de petróleo e gás na área. Segundo a companhia, não há produção nessa etapa.

A licença foi concedida após um processo rigoroso de avaliação ambiental, que incluiu a realização de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), três audiências públicas, 65 reuniões técnicas e um simulado de emergência com foco na proteção da fauna.

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, destacou que a autorização representa “uma conquista da sociedade brasileira” e demonstra “o compromisso das instituições nacionais com o diálogo e o desenvolvimento do país”. Ela lembrou que o processo de licenciamento levou cinco anos e afirmou que a estatal comprovou “a robustez de toda a estrutura de proteção ao meio ambiente”.

O Ibama informou, em nota, que as exigências adicionais impostas à Petrobras — como a criação de um novo centro de atendimento à fauna em Oiapoque (AP) — foram fundamentais para garantir a viabilidade ambiental do projeto, considerando as características sensíveis da Bacia da Foz do Amazonas. O órgão adiantou que novos exercícios simulados serão realizados durante a perfuração.

A Margem Equatorial vem sendo apontada como um novo pré-sal, devido ao potencial petrolífero identificado em áreas vizinhas, como Guiana e Suriname. A Petrobras busca a licença de exploração na região desde 2021, quando assumiu os direitos da britânica BP.

A exploração da área é defendida por representantes do governo e da estatal como essencial para garantir a autossuficiência energética do país nas próximas décadas, mas enfrenta críticas de ambientalistas, que alertam para riscos ambientais e impactos sobre a transição energética.

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