Medida afeta diretamente setores estratégicos, como o de petróleo e gás, e pode comprometer empregos e receitas em 48 municípios fluminenses

A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) manifestou grave preocupação com a decisão do governo dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa transversal de 50% sobre importações originadas no Brasil, a partir do dia 6 de agosto. A medida, anunciada por ordem executiva, exclui apenas os produtos listados em exceções específicas.
A decisão amplia o alcance das tarifas que já vinham sendo aplicadas sobre produtos de aço e alumínio — que continuam em vigor — e afeta diretamente a pauta exportadora fluminense, sobretudo no setor de petróleo e gás, responsável por aproximadamente 60% das exportações do estado para os EUA e por cerca de 40 mil empregos diretos.


Segundo dados da Firjan, 48 municípios do Rio de Janeiro exportaram para o mercado norte-americano em 2024 e estão sujeitos aos efeitos do chamado “tarifaço”. Em consulta realizada com a base empresarial, cerca de 60% dos empresários relataram que esperam impactos imediatos nas operações, incluindo queda nas receitas, aumento dos custos e redução nas exportações. Além disso, 42% manifestaram preocupação com possíveis cortes de postos de trabalho.
Apesar das restrições, os Estados Unidos seguem sendo o principal investidor estrangeiro direto no Brasil e o segundo maior parceiro comercial do país. Em 2024, o Brasil obteve um superávit de US$ 7 bilhões na balança comercial com os EUA.


Diante do cenário, a Firjan defende uma atuação diplomática urgente, tanto no plano oficial quanto por meio de canais paradiplomáticos, para buscar uma solução negociada que reduza os impactos econômicos e sociais da nova política tarifária.
Com informações da Ascom/Firjan