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Definitivamente, não é aceitável que assunto de tamanha gravidade, agora ainda mais inadmissível a partir de suposta trama de assassinatos, percorra dois anos sem que se chegue ao final que não pode ser outro senão o esclarecimento dos fatos. O que realmente aconteceu. A verdade transparente, sem retoques, atalhos, interferência ideológica ou lacunas.
Durante o processo eleitoral, baixaria. Bolsonaro se dizia perseguido, Lula prometia o que não podia cumprir e não cumpriu. O ex-presidente deixou o Brasil dois dias antes do fim de seu mandato – estranho. O vice Mourão fala à nação num pronunciamento que não disse nada com nada.
Tudo fica pior com os acontecimentos de 8 de janeiro, que não deixa claro se uma iniciativa amadora, idiota, de golpe, ou se ação de baderneiros. De toda sorte, grave. O ajudante de ordens, Mauro Cid, faz delação. É preso. Depois solto. E preso novamente. Sua delação deixa buracos.
As investigações prosseguem. No atual estágio, a PF indicia 37 pessoas, inclusive Bolsonaro, o ex-candidato a vice, Braga Neto, e o general Augusto Heleno. É chegada a hora de finalizar toda essa complexa teia e por um ponto final de forma justa e correta.
A pedido de Bolsonaro, o STF vai analisar na próxima semana se o ministro Alexandre de Moraes deve ou não ser declarado impedido de relatar a investigação sobre a suposta tentativa de golpe, que resultou no indiciamento do ex-presidente.
A questão envolve múltiplas complexidades e, obviamente, tendo Bolsonaro como figura central. É necessário que a Justiça analise, à luz das provas, se o ex-presidente esteve ou não envolvido. Se pensou em golpe, mas não colocou em curso. Se pensou e colocou em prática. Essa decisão, baseada nos fatos que efetivamente vierem a ser comprovados, vai determinar seu futuro….