Ao suspender, por falta de luz, sessão da Câmara que discutiria Lei Orçamentária, presidente da Casa diz que foi chamado de assassino
Um dia depois de o prefeito de Campos, Wladimir Garotinho, dizer que a cidade vai entrar em colapso e que “vai morrer gente” caso a Câmara não aprove a Lei Orçamentária Anual (LOA), o presidente da Casa, Marquinho Bacellar (SD) contra-atacou na manhã desta quarta.
“Quando o prefeito me ataca, me chama de assassino, não tenho como manter o equilíbrio”, disse Bacellar. “Ele se comporta como o pai dele, chefe de quadrilha comprovado”, disparou.
O presidente da Câmara falava logo depois de suspender uma audiência pública para debater a LOA, motivo da discórdia entre Executivo e Legislativo, por falta de luz.
Desde a virada do ano, Wladimir e Bacellar trocam acusações acerca do tema. A Prefeitura diz que todos os prazos para discussão da LOA, com propostas de emenda, se esgotaram, e que se o texto não for aprovado até a semana que vem, servidores, fornecedores e organizações sociais que recebem verba do município ficarão sem o recurso. A Câmara alega que a administração Wladimir não se mostrou disposta a discutir alterações apresentadas pelos vereadores de oposição.
“A LOA nos chegou cheio de incorreções, irregularidades, ilegalidades. Fizemos alterações e enviamos à prefeitura, que nos devolveu da mesma forma, sem nenhuma correção”, argumentou Bacellar.
Segundo o presidente da Câmara, há outros pontos que impedem a aprovação da lei orçamentária sem uma maior discussão, como a não previsão de reajuste para os servidores, e o baixo investimento previsto em áreas como a do transporte coletivo.
“Não vamos ceder à pressão do prefeito para aprovar a LOA de qualquer jeito”, garantiu Bacellar.