Segundo delegada, o jovem disse que não havia envolvimento amoroso com a vítima, que ele cometeu necrofilia e tentou praticar canibalismo
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Em coletiva de imprensa realizada na 146ª Delegacia de Polícia de Guarus, nesta sexta-feira (1), pela delegada da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam), Madeleine Dykeman, informou que o crime ocorrido em São João da Barra, nesta manhã, foi premeditado. Segundo a delegada, o autor confessou o crime e disse que desde criança queria matar alguém, e escolheu a então colega de escola para realizar o seu desejo.
Em depoimento, ele conta que não havia qualquer envolvimento amoroso, apenas amizade, mas ambos compartilhavam o interesse por histórias de serial killer. Ao dar detalhes do crime, o autor compartilha que tentou cometer canibalismo e cometeu necrofilia, já que violou sexualmente o corpo da menina.
Nesta manhã, G.C.B, de 18 anos, teria combinado com a vítima, Maria Eduarda Silva Barreto, de 17 anos, na casa dele, para presenteá-la com um livro. Como a vítima havia mandado uma mensagem para o namorado avisando onde estaria, o autor também o chamou até a sua casa, para tentar ocultar o crime e garantir a sua impunidade, diz a delegada.
Detalhes do crime
“Ao chegar a casa, ele já tinha a intenção de matá-la, então ele a leva para um cômodo que existe no quintal dele e, nesse momento, ele começa a tentar esganá-la. A menina conseguiu, segundo ele, pegar uma faca. Ele quebrou essa faca e jogou longe e, em seguida, ele esganou a vítima até a morte. Ele alega que esganou com as mãos, mas, pelas fotos tiradas no local, há a possibilidade de ele a ter asfixiado com um fio de uma escova elétrica”, explica Madeleine.
A delegada ainda complementa os detalhes do crime descritos em depoimento: “Segundo o autor, após o fato de ter matado a vítima, ele ainda tentou praticar o que a gente poderia chamar de canibalismo. Ele tentou tirar um pedaço do peito dela e, em seguida, praticou conjunção carnal com a vítima”, conta.
Logo após, ao confirmar que a menina havia avisado ao namorado, Lucas Lima de Castro Souza, de 16 anos, que estava na casa do autor, ele teria usado o celular dela, se passando pela jovem.
“Atrai o namorado dela para o local do crime. Quando o menino vai até a casa, ele também conduz o menino até o cômodo dos fundos e, nesse momento, ele diz que matou a menina e esfaqueia ele por trás. Eles entram em luta corporal, segundo as palavras do autor, a intenção dele era acertar a carótida do namorado da vítima, porque seria mais rápida a morte, mas o menino se desviou e a facada, que seria letal, atingiu a bochecha dele”, diz Madeleine.
A delegada também diz que a segunda vítima, que se encontra hospitalizado, está com diversas lesões por faca nas costas e no rosto. Durante a tentativa de sobreviver, ele teria começado a gritar e chama a atenção da irmã do autor, que estava na casa da frente.
“Ela vai até o local, vê toda aquela cena de sangue e ela manda ele parar. O menino, a outra vítima, então consegue fugir. A irmã falou pro autor que ele iria pagar pelo que fez e o conduz até a rua, onde foi agredido por populares”, fala a delegada em coletiva.
Motivação do crime
Em depoimento, G.C.B foi questionado inúmeras vezes se havia alguma relação afetiva, se havia algum amor platônico, amor não correspondido, mas ele afirma que não.
“Ele afirma que eram apenas colegas e que ele, desde criança tinha a intenção, tinha vontade de matar pessoas. Disse ele que, quando criança, ele atraia outras crianças para lugares com casas abandonadas e tinha vontade de matar essas crianças, mas sempre hesitava. E que, no dia de hoje, ele chegou a hesitar, mas decididamente resolver fazer aquilo que ele sempre quis, que era matar alguém”, conta Madeleine, que explica que este é um ponto importante, porque afasta um tipo de feminicídio. “Esse não é um crime de feminicídio, porque não foi uma violência de gênero. Ele queria matar alguém e a escolhida foi a vítima, de 17 anos”.
Ao ser questionado se havia algum motivo específico para ser ele, o jovem disse, em depoimento, que nem gostava e nem desgostava dela, mas que ambos gostavam de histórias de serial killers. “Inclusive, o livro apreendido no local era um livro de serial killer, que eles dois gostavam. Segundo as informações, eles gostavam de histórias policiais e ambos falavam que queriam ser investigadores da polícia civil”, complementa delegada.
Matéria em atualização